Três coisas aprendi neste ano.
A primeira é que não devemos viver como se pagássemos aluguel.
Ouvi isto de uns alunos, que me explicaram.
Viver como se pagássemos aluguel é passar a vida dando satisfação aos outros, como o inquilino para o proprietário. É como se o dono do imóvel estivesse sempre pronto a conferir como está a casa que nos alugou.
Como paguei aluguel durante um período de minha vida, entendi a metáfora.
Se, por exemplo, acordamos tarde, logo engatamos uma explicação, que não foi solicitada.
Se esquecemos alguma coisa, logo nos apressamos em oferecer justificativas que ninguém pediu.
"Pagar aluguel" é para quem, por sua autoestima baixa, precisa sempre da aprovação dos outros.
Tenhamos bem claro que os outros são importantes, mas não devemos depender do que pensam sobre nós para sermos felizes. Ser aceito pelos outros é importante, mas não é mais importante do que nos aceitar a nós mesmos.
A autoaceitação, baseada no fato que somos amados por Deus -- eis a nossa identidade -- pode ser para alguns um programa de vida, que pode demandar, em alguns casos, um longo esforço.
Israel Belo de Azevedo