segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sobre o Texto Síndrome de Burnout: Do sonho de ser professor ao pesadelo de se tornar educador estressado e deprimido

Já atuo há 4 anos na área da educação e já me vejo com muitos dos sintomas descritos no artigo de Eduardo Aquino:

1 Fadiga intensa com cansaço constante;
2 Indiferença, "robotização" e desafeto de educadores no exercício da sua profissão;
3 Angústia, tristeza, desesperança que leva a uma aversão ao se enfrentar uma sala de aula.
4 Síndrome dos Três "Não":

•Não quero mais esta "atividade";
• Não consigo mais dar aulas;
• Não tenho mais motivação e estímulo para ser "professor";
5 Dor no corpo, dor de cabeça, tristeza profunda, irritabilidade, nervosismo, mau humor, "vontade de sumir, abandonar a profissão, ansiedade, pessimismo e aversão a sala de aulas...

Me sinto muitíssimo desmotivada com a área e busco sem cessar por outras alternativas profissionais para que eu possa atuar.

A princípio, quando eu comecei, dava aulas em cursinhos, me sentia tensa no início, criava expectativas, sempre buscando dar o melhor de mim nas aulas.Eu tinha o famoso "brilho no olhar" , tinha ideias, planejava tudo com total dedicação.
Com o tempo, o cotidiano, o estresse, a realidade de uma sala de aula começaram a pesar.Principalmente no que se diz respeito a alunos.

Já não fazem mais alunos como antigamente.

Na época dos meus avós, dos meus pais, havia um certo respeito pela figura do professor.Hoje em dia, o professor já é visto e tratado com desrespeito, a começar pelos baixos salários.

Entrando na sala de aula, há o desrespeito dos alunos.Apesar de o educador, planejar, utilizar todos os métodos para tornar a aula interessante, atrativa, muitos alunos não se interessam pelas aulas, não estudam, saem das salas, não tem o mínimo de consideração.Sem contar a questão da violência, que vimos muito na televisão: professores que se tornam reféns dos alunos; não podem sequer repreende-los, que são agredidos fisica e moralmente.
Com certeza há excessões, nem todos os alunos são assim.Existem aqueles que são estudiosos, interessados, que realmente querem aprender.

A Finlândia e a Coréia por exemplo, são países que valorizam a educação e os professores, que têm boas condições de trabalho, oportunidades de aperfeiçoamento profissional e
reconhecimento da sociedade.

Infelizmente no Brasil isso não acontece.

Não temos vale refeição, plano de saúde, sem contar os salários que são baixos.
Dizem que algumas coisas vão mudar esse ano, mas quantas vezes isso já nos foi dito e nada mudou?

e acabamos por continuar na mesma....
EU SÓ ACREDITO VENDO!!!

Só tenho 23 anos, e com apenas 4 anos do exercício do magistério já me sinto como muitas professoras com anos de profissão à beira de se aposentar: cansadas, esgotadas, desestimuladas.

Há 1 ano e 6 meses atuo como professora do Estado, o que antes fora meu sonho, hoje só serve para aumentar mais ainda minha desmotivação.

Nunca pensei que o meu sonho de menina, que sempre foi o de dar aulas fosse se transformar em um pesadelo amargo...

Ainda tento lutar pela minha profissão, faço cursos, estou sempre buscando coisas novas, estou tentando sair um pouco da sala de aula convencional, estou tentando investir no Ensino à Distância.

Sou professora de Informática, e aqui onde moro, as oportunidades para professores com a minha formação ainda são poucas, mas tento seguir em frente e não desistir pois creio em Deus que vou encontrar algo que me traga de volta aquela tão distante motivação.

Enquanto isso, deixo por aqui apenas o desabafo de uma professora frustrada.

Escrito por: Ariene Silva de Souza

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