Artigo sobre a nova doença que atinge muitos trabalhadores em Educação Autor: Eduardo Aquino
Será que estamos surdos, cegos e mudos frente à epidemia da falência afetiva e absoluto esgotamento físico e mental dos professores, supervisores, coordenadores, enfim a todos os professos que atuam em educação?!
Será que prefeituras e Estado, com suas secretarias de Educação, e também a esfera federal já ouviram falar na "Síndrome de Burnout"?!
É hora de acordarmos para uma realidade que mais parece um pesadelo. "Síndrome de Burnout"
Burnout vem do inglês - queimar por fora - e é um tipo de doença cada vez mais grave que vem dizimando professores e educadores e tem três características marcantes:
1 Fadiga intensa com cansaço constante; 2 Indiferença, "robotização" e desafeto de educadores no exercício da sua profissão; 3 Angústia, tristeza, desesperança que leva a uma aversão ao se enfrentar uma sala de aula.
Tem sido ainda descrita como a Síndrome dos Três "Não": 1 Não quero mais esta "atividade"; 2 Não consigo mais dar aulas; 3 Não tenho mais motivação e estímulo para ser "professor";
Tal quadro é ainda acompanhado por diversos sintomas físicos inespecíficos tais como: Dor no corpo, tonteiras, dor de cabeça, dor no peito, falta de ar, baixa imunológica, entre outros, e por queixas psíquicas, tristeza profunda, irritabilidade, nervosismo, mau humor, "vontade de sumir, abandonar a profissão e até de morrer", medos, insegurança, ansiedade, pessimismo e aversão a sala de aulas entre outros.
Dois em cada 03 educadores tem, tiveram ou terão esta síndrome Impressionante o número de educadores que têm se afastado do trabalho por motivos médicos, aposentados por invalidez precocemente ou que tenha abandonado a profissão.
Será que políticos, empresários, grandes empresas que atuam em terceiro setor só acreditarão e investirão nos seres humanos que atuam na educação o dia em que a Síndrome Burnout der uma mancha vermelha na testa de educador?
Afinal, "dor na alma" e mente adoecida são coisas subjetivas e quando a prefeitura e o Estado investirão para reverter tal quadro?
Como bem sabemos, corrupção, desvios de verbas só ocorrem com coisas materiais como merenda escolar, material didático e reforma de escolas. Saúde do educador não é prioridade e ao se somar baixos salários, pais omissos e fracos e uma geração de jovens violentos, sem limite, indiferentes que banalizam sexo e drogas temos um retrato da sociedade refletida nas escolas públicas.
Continuo insistindo: É URGENTE A NECESSIDADE DE SE INVESTIR PARA LEVAR O CONTEÚDO DA CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO E NEUROCIÊNCIAS NA ROTINA DE ALUNOS, EDUCADORES, PAIS E FUNCIONÁRIOS DAS COMUNIDADES ESCOLARES.
Tenho apresentado a Ecologia Humana nas Escolas e vejo como é difícil sensibilizar o poder público, prefeitos, governadores, secretários de educação. Por isso, é fundamental para mudar essa realidade mobilizar pais e educadores para essa grande batalha. Se você é educador e se identificou com este tema mande um e-mail, pois, enquanto não conseguimos sensibilizar autoridades, posso pelo menos mandar as 26 Dicas Antiestresse de Ecologia Humana. E não se esqueçam: a escola é o espelho da sociedade. Que alguns mecenas ou políticos com visão humana leiam esta coluna e nos ajude a escrever as páginas de um novo tempo.
(Publicado em: 26/07/2009 em www.otempo.com.br)
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