segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Minha Conversão

Voltemos a Fevereiro de 2005.

Eu era uma menina de 17 anos, cheia de expectativas para o início do ano letivo na faculdade.
Nunca me imaginei cursando o Ensino Superior, mas graças a Deus, que sempre esteve comigo mesmo quando eu não era convertida, eu consegui uma bolsa de estudos integral para cursar a faculdade.

Eu não tinha costume de beber, nem de sair, mas com a Faculdade tudo mudou.
A tímida Ariene, conheceu coisas novas, diferentes, fez muitos amigos, conheceu o entrosamento de turma, o que nunca havia acontecido em sua adolescência no Ensino Fundamental e médio.Nestes eu era apenas uma figurante, vivendo em meio a muitos protagonistas, me sentia estranha, muitas vezes invisível, cheia de complexos e frustrações, minha adolescência não foi nada fácil.

Voltando ao ano de 2005, fiz muitos amigos na Faculdade, tanto na van que me levava até lá, quanto na minha turma que foi muito receptiva comigo,também com os professores, alunos de outros cursos e turmas.Era tudo novo, diferente, parecia que as portas de um outro mundo até então desconhecido havia se aberto pra mim.

Às sextas-feiras, todos iam para um bar em frente a faculdade chamado Diretoria, onde comiam, bebiam a famosa cervejinha, enquanto eu retornava para a van e ia para casa.
Uma certa sexta-feira, antes das férias de Julho, fui chamada para uma festividade que teria na Diretoria.Eu, encantada, feliz e maravilhada pelo fato daquelas pessoas estarem me incluindo em seu círculo de amizades, aceitei o convite e fui.

Foi uma noite diferente para mim, sentada naquela mesa, cercada de amigos e outras pessoas que conheci naquela noite,tomei meu primeiro copo de cerveja.

Bebi, fiquei o que popularmente chamamos de “alegrinha”, dancei, dei alguns beijinhos e fui embora. Avisei em casa, pra minha mãe e dormi na casa de uma amiga.No dia seguinte, tínhamos uma prova na Faculdade, nos arrumamos, fomos e chegando lá o assunto do dia era a noite anterior, como tinha sido legal e alegre, demos boas risadas e fomos fazer a prova.

Depois daquele dia, todas as vezes que saíamos da Faculdade, dávamos uma passadinha na Diretoria para beber uma cerveja, antes de retornar para a van e ir para casa.
Confesso, já fiquei bêbada 1 vez, e tudo era muito bom, engraçado, todos riam lembrando dos acontecidos,e assim a vida ia seguindo seu curso.

Passado 1 ano, em 2006, eu já não sentia mais alegria em sair, beber, o que no ano anterior pra mim era uma maravilhosa novidade, naquele momento já não era mais.E sentia um vazio em meu coração, que eu não sabia descrever, tristeza, e em meio a problemas familiares entrei em depressão.

Não tinha mais vontade de sair de casa, quase desisti da faculdade, não fosse Deus que sempre esteve ao meu lado, mesmo sem eu saber e minha mãe, sempre lutando comigo, me aconselhando, cuidando de mim, talvez eu tivesse tirado a minha própria vida, tamanho era o vazio que eu sentia.

Pouco antes das férias de Julho, uma amiga de turma, evangélica, começou a falar de Jesus em nosso meio.Todos riam, debochavam, achavam ela chata, mas mesmo assim quando tinha oportunidade ela falava.

Eu me sentia a pior das piores, ria brincava com todos, aparentemente estava bem, mas todas as noites quando ia pra casa, entrava em meu quarto para chorar, ali no secreto.Não comia direito, não via mais alegria na vida, meu peso normal na época era 60kg mas cheguei a pesar 50kg.
Amigos me viam na rua, reparavam e algo estava diferente, mas meu sorriso de aparentemente feliz, enganava a todos, menos a Deus.

Essa amiga de turma evangélica começou a falar cada vez mais de Jesus pra mim, e eu comecei a me interessar por aquilo.Ela falava da volta de Jesus e que aqueles que não cressem NEle não entrariam no céu.Uma outra amiga minha questionava, pois éramos pessoas boas, não matávamos, não roubávamos, não fazíamos nada de errado, então com certeza iríamos para o céu.

Essa amiga sempre dizia que a salvação vinha da fé em Jesus Cristo e não por obras(“Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para quem ninguém se glorie” Efésios 2:8,9)

Aquelas palavras que ela dizia penetravam cada vez mais em meu coração,e eu comecei a me lembrar de minha infância, antes da minha mãe e minha avó se afastarem da Igreja,quando íamos para a igreja.

Comecei a sentir forte em meu coração o desejo de retornar para a Igreja, mas como?Sozinha eu não conseguiria, não teria coragem de procurar uma igreja sem conhecer ninguém de lá.

Eu sempre tive muita necessidade de fazer amigos, estar acompanhada, recebi alguns convites para visitar igrejas, mas por essa fato citado anteriormente eu não ia.

Comecei a conversar com Deus e perguntar se realmente Ele queria que eu voltasse, que se fosse verdade, que me confirmasse e continuei seguindo minha vida.

Um certo dia, saí cedo da faculdade e a van não estava lá, pois o motorista tinha ido buscar uma moça que estudava em outra faculdade.Sentei-me na calçada para esperar, quando uma moça que ia na mesma van que eu também evangélica, se aproximou de mim e começamos a conversar.Eu sabia que ela era evangélica, então contei a ela do meu desejo de retornar para a Igreja e ela me falou de Jesus, me falou do quanto era importante que eu voltasse.Aquelas palavras arderam no meu coração como brasa viva, e desde aquele dia, Deus não parava de me mandar confirmações.

Toda vez que eu ia na rua, sempre ganhava um panfleto de evangelização, cheguei até a me emocionar com alguns deles, pois sabia que era a voz de Deus falando ao meu coração.

Terminadas as provas finais, entrei de férias no mês de Julho.Eu ia completar 19 anos no dia 2 daquele mês, mas meu coração não se alegrava.Eu sempre gostei muito de fazer aniversário, mas devido à tristeza, depressão e vazio, não conseguia sentir alegria por aquele dia.

Tudo começou dia 1 de Julho à noite.Minha mãe trabalhava de babá em uma casa, e teve que passar a noite no serviço, pois os patrões dela iam sair e precisavam que ela tomasse conta do filho deles.

Na madrugada do dia 1 para o dia 2 de Julho tudo aconteceu.Estava no Computador, especificamente na internet, procurando alguém no MSN para conversar, pois estava me sentindo muito sozinha.Mas, não tinha ninguém online.

A tristeza tomava conta do meu coração, o vazio, uma dor no peito, angústia se apoderavam de mim, e as lágrimas começaram a rolar do meu rosto.Chorei muito, e então, lembrei-me do meu Deus, do Deus que servi na minha infância, e comecei a clamar que se realmente existia um Deus, Ele ia me tirar daquela situação e colocar uma pessoa pra me convidar pra ir na igreja e pra me acompanhar para que eu não me sentisse sozinha.

Chorei muito passei a noite em claro orando, quando me lembrei da Bíblia da minha avó.Procurei ela em casa e a achei, empoeirada, envelhecida, e comecei a ler a palavra.Fui dormir tarde aquela noite, acordei com os olhos inchados de tanto chorar, mas o meu coração estava em paz.
Minha mãe chegou do serviço e fomos eu, minha mãe e minha avó na rua, pois elas iam comprar o meu presente de aniversário.

Na rua, encontrei uma amiga de infância, que sempre foi evangélica, sempre me evangelizou desde a adolescência, mas eu nunca me decidia.Ela me deu os parabéns pelo meu aniversário, e eu contei a ela do meu desejo de voltar a servir a Deus, foi então que ela me convidou para frequentar a igreja dela.Ali, naquele momento lembrei do meu clamor na madrugada e vi a resposta de Deus.Não pensei duas vezes, combinamos, trocamos telefones e fui à igreja.

Eu não possuía Bíblia, mas essa amiga tão querida me deu a Bíblia dela de presente, pois ela tinha muitas e eu não tinha nenhuma.A Bíblia que ela me deu, eu uso até hoje e sempre que leio a dedicatória que ela escreveu, lembro-me da minha conversão, do quanto Deus foi fiel e amoroso comigo.

Frequentei a igreja dela por um bom tempo, depois começamos a frequentar a igreja dos pais dela e por fim, fui visitar a SIBBP.Eu já estava decidida e firme no que eu queria, tanto que depois de 4 visitas, aceitei a Cristo e no dia 28/10/2007 me batizei e estou lá até então para a honra e glória do Senhor Jesus.

Foi assim que aconteceu a minha conversão.



Escrito por: Ariene S. de Souza

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